Comissão da Verdade vai propor que policias sejam desmilitarizadas

Constituída em maio do ano passado para apurar violações aos direitos humanos no Brasil durante a ditadura militar (1964-1985), a Comissão Nacional da Verdade já fez 17 audiências – duas dela no Paraná, em Curitiba e Foz do Iguaçu.

O resultado do trabalho estará registrado em um relatório a ser entregue ao governo em maio do próximo ano. Uma das propostas que a comissão irá sugerir ao governo é que promova a desmilitarização das polícias. O tema voltou a ser debatido depois que a reação violenta da Polícia Militar (PM) paulista nas primeiras manifestações pela redução da tarifa do transporte coletivo, no mês passado, catalisou manifestações de rua no país inteiro. A ideia de desmilitarizar a polícia, porém, é antiga. Há uma linha de pensamento que alega que as PMs, assim como as Forças Armadas, foram constituídas para defender o Estado e o patrimônio privado e não a sociedade. Justamente por isso seriam violentas com os cidadãos. Por esse raciocínio, somente uma polícia com comando civil poderia mudar a situação. Nesta entrevista concedida à Gazeta do Povo, a coordenadora nacional da comissão, a advogada Rosa Cardoso, fala sobre a proposta de desmilitarização das PMs e do trabalho do grupo que busca esclarecer os crimes cometidos durante a ditadura.

Quais são os resultados dos trabalhos da comissão até agora?

O primeiro ano de trabalho foi mais voltado para buscar recursos e parcerias com outros ministérios. Nós temos acervos de documentos em que podemos procurar informações. Já havia ainda um trabalho significativo do Arquivo Nacional, além de acervos de vários estados. Mas grande parte do material estava inacessível. Para conseguir recursos e agilizar essa pesquisa, fizemos parcerias com vários ministérios. Neste segundo ano, temos que 
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