Comunicação na América Latina

Discutir a democratização dos meios de comunicação, a lei dos meios e o papel da mídia é a proposta do evento Comunicação, Emancipação e Integração na América Latina, uma iniciativa de professores da UNILA que será realizada os dias 22 e 23 de maio, na unidade Centro. O evento conta com mesas de debate, oficinas, lançamento de livro e espaços para discussão de temas que relacionam a comunicação com a política, os movimentos sociais e as iniciativas que promovem aspectos colaborativos de produção. A programação é gratuita e aberta a toda a comunidade.

Duas mesas serão realizadas no dia 22. A primeira, às 10h, tem como tema a “Democratização da Comunicação: Experiências na América Latina” e vai abordar a problematização dos meios de comunicação tanto como ferramentas de dominação como também formas alternativas de contrainformação hegemônica no contexto latino-americano atual. De acordo com a professora do curso de Ciência Política e Sociologia, Victoria Darling, uma das coordenadoras do evento, alguns veículos de comunicação de países como o México, a Venezuela, a Argentina e o Brasil vêm disputando com o Estado um espaço público onde os meios e a opinião do governo estão em constante combate, fato que será abordado entre os debatedores.

Segundo Victória, essa situação faz com que não exista créditos exclusivos para os meios oficiais ou para os alternativos apenas. “Na Argentina, por exemplo, para se ter informações atualizadas sobre o que está acontecendo é preciso ler todos os diários para assim fazer a crítica da leitura que se faz ao governo como também a leitura oficial da postura desse mesmo governo”. Debatedores como Mariano Gallego e Hernan Gazzaniga, professores de universidades argentinas, colocarão à luz pública o debate sobre democratização dos meios em termos reais e concretos, analisando a Lei de Meios da Argentina.
Brasil de Fato

Às 19h30, será a vez de debater o tema “10 anos do Jornal Brasil de Fato como instrumento de comunicação dos movimentos sociais”. Entre os convidados estão o correspondente do Brasil de Fato em Curitiba, Pedro Carrano, e o conselheiro editorial e político do veículo, Vito Giannotti. Nos últimos anos, segundo Victória, os meios de comunicação vêm ocupando espaços diferenciados. “De um lado estão os meios que ocupam o poder e que se autolegitimam, considerados como o ‘quarto poder’. Por outro, estão os meios de comunicação que vêm operando em outro sentido, apontando para o projeto contra-hegemônico, aí temos experiências como o Brasil de Fato”. A presença de Vito Giannotti irá tratar como, num governo de esquerda, os meios de comunicação atuam entre o apoio ao projeto e até que ponto eles podem se converter em ferramentas populares.  

No dia 23, às 10h, será a vez de debater os meios de comunicação dando ênfase às possibilidades de emancipação e integração continentais. Na mesa “Comunicação como elo entre universidade e sociedade” serão apresentadas propostas de democratização das mídias e incentivo a ações colaborativas desenvolvidas em outras instituições como a Universidade Nacional de Missiones (Argentina), Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR) e a Universidade Federal de São Carlos (SP). Nesse contexto a Coordenadoria de Comunicação da UNILA irá apresentar projetos como a Revista Peabiru e os primeiros resultados do projeto de extensão Webrádio Unila: Integração via ondas sonoras.

Também integram a programação do evento a realização de oficinas, sempre no período da tarde, que vão tratar de temas sobre jornalismo comunitário, fanzine, murais, fotografia, rádio e webrádio. No dia 23, às 14h, será realizado mincurso de Análise da mídia, com os professores da UNILA, Andreia Moassab e Ferenc Kiss. O assessor de comunicação da CUT Nacional, Leonardo Wexell Severo, fará o lançamento de livro “Latifúndio midiota: crimes, crises e trapaças”.

Esse evento é uma iniciativa de áreas da UNILA que tratam o tema comunicação de forma multidisciplinar. Conta com a participação de docentes de diferentes cursos e representantes da Pró-Reitoria de Extensão e da Coordenadoria de Comunicação Social. É organizado também pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e tem apoio do Brasil de Fato, Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (Cáritas) e Observatório da Fronteira, ligado à Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD).

(UNILA)