Ato em praça pública de Foz defende aposentadoria como direito social

Mobilização foi organizada por entidades sindicais e movimentos sociais

A oposição à reforma da Previdência foi a principal pauta da manifestação que marcou o Dia do Trabalhador nessa quarta-feira, 1º, na Praça da Bíblia, em Foz do Iguaçu. O ato público contou com panfletagem, adesivação de carros nos semáforos e programação cultural.

A mobilização foi organizada pela Unidade Sindical e Popular, coletivo que reúne sindicatos e movimentos sociais iguaçuenses. Uma extensa faixa contra as mudanças nas regras de acesso à aposentadoria foi fixada no pergolado que fica no centro da praça, de frente para a Avenida República Argentina.

No panfleto distribuído à população, sindicatos e movimentos sociais afirmavam que a reforma em tramitação no Congresso Nacional, na prática, vai acabar com o acesso à aposentadoria. Benefícios como pensão, abonos e outros programas sociais também poderão ser extintos, apontaram as organizações.

O alto índice de desemprego também foi criticado pelas entidades sindicais e por populares durante a manifestação do Dia do Trabalhador. A precarização do trabalho, agravada com a reforma trabalhista, em vigor desde 2017, foi outro ponto questionado pelo movimento.

A programação do Dia do Trabalhador integrou uma agenda de atividades promovida pela Unidade Sindical e Popular de Foz do Iguaçu contra a reforma da Previdência. Panfletagens, debates e conversas com a população foram realizados no terminal de ônibus, praças e bairros.

Trabalhadores opinam sobre a reforma
Camareira, Loraci Oliveira relatou que está prestes a se aposentar por tempo de serviço, restando apenas completar a idade necessária. Ela teme que, se a reforma da Previdência for aprovada, demorará mais tempo para obter o benefício social.

Questionada se é a favor ou contra as mudanças nas regras para a obtenção da aposentadoria, Loraci respondeu com uma pergunta: “E quem pode ser a favor?”. Mãe de três filhas – que são professora, autônoma e enfermeira –, ela disse que a reforma trará prejuízos maiores às mulheres.

“Pelas regras atuais, em dois anos me aposentarei. Se for aprovada essa reforma, terei de esperar mais oito anos. Isso se conseguir”, relatou. Para complementar a renda, Loraci Oliveira vende doces caseiros na Praça da Bíblia e no comércio próximo ao equipamento público.

Profissional da construção civil, Vanderlei Gomes de Amorim considera a reforma da Previdência injusta para os trabalhadores e setores mais pobres da população. Para ele, além de afetar um direito de quem trabalha e contribui financeiramente, as mudanças na aposentadoria causarão aumento da pobreza.

“Quem é jovem ou tem mais idade não consegue emprego. Então como vão conseguir contar todo esse tempo de serviço que o governo quer exigir para a aposentaria?”, questionou o armador. “Isso [reforma da Previdência] vai empobrecer ainda mais o Brasil”, refletiu.

Continuidade
De acordo com representantes da Unidade Sindical e Popular, o movimento contra a reforma da Previdência em Foz do Iguaçu continuará. Estão planejadas outras iniciativas de conscientização, tanto voltadas para as categorias de trabalhadores como para o conjunto da população.

Fotos: Marcos Labanca