Padre defensor de prisioneiros políticos realiza palestra em Foz

Sinônimo de resistência e solidariedade nos anos de chumbo, o padre Renzo Rossi estará em Foz do Iguaçu para compartilhar histórias vividas na ditadura militar. Ele realizará uma palestra amanhã (quarta-feira) para marcar os 31 anos da leia da anistia. O evento será na UDC, com início às 19 horas e entrada gratuita.

Italiano de Florença, o missionário chegou ao Brasil em 1965 para viver ao lado do povo baiano. Durante a repressão, amparou prisioneiros políticos e suas famílias. Também defendeu a anistia ampla, geral e irrestrita aos perseguidos pelos militares. Foram anos e anos de luta contra os crimes cometidos em porões.

O religioso italiano testemunhou tortura e morte infligidas aos presos políticos e amparou as mães e filhos vítimas do arbítrio. Na época, chegou a visitar 14 presídios, tornou-se peça-chave na articulação das greves de fome e levava conforto às famílias dos “desaparecidos”. Na foto, Padre Renzo (ao fundo) acompanha visita de dom Helder Camara a Florena, na Itália, ínicio dos anos 70.

Parte dessa história, aliás, está no livro As asas invisíveis do padre Renzo, do escritor Emiliano José. A obra foi lançada em 2002 pela Editora Casa Amarela (a mesma que publica a revista Caros Amigos) e tem prefácio de Frei Betto.

Atualmente, padre Renzo Rossi mora na Itália. Sua passagem pelo Brasil neste mês inclui atividades no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Foz do Iguaçu. A vinda para a fronteira atende a um pedido do recém-reorganizado Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP).

“O encontro desta quarta-feira é uma oportunidade rara para conversar com um humanista que tem na bagagem 85 anos, muitas experiências e uma visão de humanidade progressista”, afirma Aluízio Palmar, presidente do CDHMP. Palmar reforça que o evento marcará os 31 anos da anistia, promulgada em 28 de agosto de 1979.

Centro de Direitos Humanos é reorganizado no município
A instituição foi reorganizada em Assembleia-Geral Ordinária no dia 12 de julho deste ano. O processo de reestruturação resultou na modernização do seu estatuto, aumento do leque de ação (abrigando agora a preservação da história da cidade) e eleição da diretoria.

O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP) de Foz do Iguaçu tem como princípio a construção de uma sociedade justa, democrática e igualitária. Para tanto, visa ao desenvolvimento de programas de promoção e defesa dos direitos humanos, econômicos, sociais e culturais.

Entre os novos objetivos está a constituição e a manutenção de arquivo documental de impressos, de áudio e áudio-visual dos registros que constituem a memória popular. Também visa a apoiar as lutas dos trabalhadores e o direito à comunicação democrática, entre outros direitos.

O CDHMP funciona na Avenida Brasil, 531, Galeria Center Abbas, sala 54. A diretoria é formada por: Aluízio Palmar (presidente); Danilo Ribeiro (vice-presidente); Tathiana Guimarães (secretária-geral); Osmar Gebing (tesoureiro); e Alexandre Palmar (diretor de Comunicação). Mais informações pelo telefone (45) 9922-2692 ou pelo e-mail cdhfoz@gmail.com.