Mudanças no transporte coletivo, trazem prejuízos à população

Mais uma vez as empresas concessionárias do transporte coletivo unem-se para implantar mecanismos visando o aumento de seus lucros às custas dos usuários e dos trabalhadores do setor.

Não satisfeitos em continuar explorando um sistema de transporte coletivo precário, com ônibus sem ar condicionado e sem equipamentos de apoio aos portadores de necessidades especiais, os empresários do transporte coletivo, em conluio com a prefeitura municipal, estão impondo outros golpes contra os usuários e trabalhadores do setor. Implantaram  um cartão – único, para obrigar os usuários a comprarem os mesmos antecipadamente, e assim capitalizarem as empresas.
Ainda em sua sanha por maiores lucros desenvolveram um sistema de funcionamento que se revelou caótico desde o início, mesmo porque houve uma redução dos ônibus em circulação. Em relação à implantação da catraca eletrônica, não há dúvida de a mesma irá reduzir as vagas de trabalho dos cobradores de ônibus locais.

Os resultados das medidas antipovo implantadas pelos empresários do transporte coletivo têm se revelado em um verdadeiro caos, causando apreensão e prejuízos diversos para a classe trabalhadora.

Essas novas regras impostas aos usuários são inaceitáveis, pois elas trazem um ônus insuportável para os trabalhadores e estudantes que utilizam o transporte coletivo.

É preciso respeitar os interesses de milhares de pessoas dessa cidade. Por isso temos o dever de chamar a responsabilidade do Poder Público para que atenda as reivindicações da população usuária de um serviço público essencial como é o caso do transporte coletivo.

 

Além dos aspectos assinalados acima as recentes mudanças no sistema de transporte coletivo trouxeram diversos transtornos para a população e para os trabalhadores do setor, a saber:

– Diminuiu o tempo de descanso dos motoristas nos terminais. Antes era de 20 minutos, agora foi para 10 minutos. A saúde dos trabalhadores do setor fica em risco.

– O tempo para cumprir os itinerários diminuiu,  o que causa estresse para os motoristas, que não param mais e tem que aumentar a velocidade para cumprir o itinerário à tempo, em virtude das alterações das linhas.

-Motoristas e cobradores não conhecem direito o percurso das linhas propostas pelo novo modelo.

-Todas as placas informativas do TTU foram alteradas, sem nenhuma orientação prévia. Motoristas e usuários ficaram perdidos.

-Depois das 23h30 horas não há ônibus disponível para nenhuma região da cidade. Há um “toque de recolher”.

-As empresas iniciaram uma estratégia para amenizar descontentamento e insegurança decorrentes das mudanças geradas pela implantação do cartão único. Entre tais estratégias está a  promoção de cobradores a motoristas.

-Houve uma ausência total de comunicação sobre o sistema operacional implantado.

-Houve a infeliz mistura da implantação do cartão com a alteração das linhas. Ao que tudo indica, mais uma vez as linhas e regiões foram divididas entre as empresas que assumiram a responsabilidade de oferecer transporte coletivo para a população.

– As mudanças foram justificadas pelos agentes como necessárias, em função da preocupação de segurança, já que a adoção do cartão único retira dinheiro dos ônibus.

-Continua ocorrendo superlotação nos ônibus urbanos da cidade.

-Os estudantes só gozam do direito de pagar meia passagem no horário escolar, como se deixassem de ser estudantes fora do horário das aulas. Além do mais, estudante também pode ir atrás de assuntos de interesse de seu aprendizado depois do horário das aulas (ir à biblioteca, por exemplo).

-A apregoada integração através do cartão único tem se revelado uma fraude, pois as pessoas muitas vezes tem que pagar duas passagens para chegar aos seus destinos. Tal integração deveria ser feita através de terminais de transbordo, como acontece em cidades como Curitiba.

– A  cobrança de preços diferenciados de passagem para quem paga em dinheiro e para quem tem cartão Único é ilegal, pois fere princípios que regulamentam a vida em sociedade.

 

ENCAMINHAMENTOS

 

-Exigir que seja realizada a Conferência Municipal de Transporte Coletivo, na qual será escolhido um Conselho Municipal de Transporte Coletivo paritário entre os gestores, prestadores, trabalhadores do setor e usuários do mesmo.

-Investigação profunda a respeito dos assuntos elencados acima por parte do Ministério Público estadual e pela Procuradoria da União, tendo em vista que houve casos de não recolhimento de direitos previdenciárias de trabalhadores por empresa permissionária do transporte coletivo.

-Conclamar a população local a aderir à luta do CDHMP.

-Ampla divulgação deste documento e do calendário de lutas à toda a imprensa local, estadual e nacional.