Mostra de Cinema Marcas da Memória inicia quarta em Foz

Circuito estreia nesta quarta na Unila-Centro e marca os 50 anos do Golpe Civil-Militar

Foz do Iguaçu integra a Mostra Nacional de Cinema “Marcas da Memória“, da Comissão de Anistia. O circuito estreia nesta quarta-feira em dezenas de cidades brasileiras para marcar os 50 anos do Golpe Civil-Militar. A etapa iguaçuense contará com a exibição gratuita de 12 longas e curtas metragens em escolas, universidades, além de organizações sociais e culturais.

A mostra tem como objetivo promover sessões públicas e gratuitas de filmes, dedicados à memória e à reflexão crítica sobre os regimes de exceção vividos na América do Sul, em especial no Brasil, e seus reflexos no presente. O circuito é constituído por filmes produzidos pelo Projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

Em Foz do Iguaçu, serão dez dias de filmes e debates, numa jornada organizada localmente pelo Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, Casa do Teatro, Casa da América Latina, Associação Guatá, Webrádio Unila e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná). A coordenação nacional é do Ministério da Justiça.

A programação começa quarta-feira com o documentário “Duas Histórias”, às 18 horas, no saguão da Unila-Centro. Eis as exibições dos próximos dias: “O fim do esquecimento” (Biblioteca Cidadã Paulo Freire), “Repare Bem” (Teatro Barracão), “Ainda hoje existem perseguidos políticos” (Biblioteca Comunitária Cidade Nova), “Damas da Liberdade” (Colégio Barão do Rio Branco).

A mostra continua com “Por uma questão de justiça, advogados contra a ditadura” (Unioeste), “Em Nome da Segurança Nacional” (Colégio Almiro Sartori), “Vou contar para os meus filhos” e “Anistia 30 anos” (Colégio Três Fronteiras e Colégio Cataratas do Iguaçu), “Os militares que disseram não” (Centro de Direitos Humanos e Memória Popular).

Proposta – Os filmes selecionados para a Mostra de Cinema Marcas da Memória pertencem ao acervo do Centro de Documentação e Pesquisa do Memorial da Anistia. Todos os direitos autorais pertencem à Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que autorizou a exibição pública pelos parceiros aderentes à Mostra de Cinema Marcas da Memória.

Com isso, o Projeto Marcas da Memória permite que a sociedade conheça o passado e extraia lições para o futuro, reiterando a premissa de que apenas conhecendo o arbítrio estatal do passado podemos evitar sua repetição no futuro, fazendo da anistia política um caminho para a reflexão crítica e o aprimoramento das instituições democráticas.

► VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

“Duas Histórias”
Dia 2/4 (quarta)
18 horas
Unila

“O fim do esquecimento”
3/4 (quinta)
8 horas
Biblioteca Cidadã Paulo Freire

“Repare Bem”
4/4 (sexta)
19h30
Teatro Barracão

“Ainda hoje existem perseguidos políticos”
5/4 (sábado)
19h30
Biblioteca Comunitária Cidade Nova

“Damas da Liberdade”
7/4 (segunda)
7h30 – Transferido
Colégio Barão do Rio Branco

“Damas da Liberdade”
Dia 7/4 (segunda)
19h30
Colégio Estadual Barão do Rio Branco

“Por uma questão de justiça, advogados contra a ditadura”
8/4 (terça)
19h30
Unioeste

“Vou contar para os meus filhos”
“Anistia 30 anos”
9/4 (quarta)
8h
Colégio Três Fronteiras

“O fim do esquecimento”
10/4 (quinta)
8h
Colégio Almiro Sartori

“Militares da democracia”
10/4 (quinta)
19h30
Centro de Direitos Humanos e Memória Popular

“Vou contar para os meus filhos”
“Anistia 30 anos”
11/4 (sexta)
8h
Colégio Cataratas do Iguaçu

SINOPSES

Repare bem
Repare bem

“Repare Bem” (2012; 105 min)
Direção: Maria de Medeiros
Sinopse: Neste filme, vencedor do Kikito de melhor filme no Festival de Gramado de 2013, a diretora Maria de Medeiros realiza o documentário sobre ditadura, por meio da história de três gerações de mulheres. As câmaras registraram em Roma e em Joure, no norte da Holanda, os testemunhos de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite. Apesar de longe do Brasil, suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história do Brasil, dos anos 70 até a atualidade. Denise já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, lutaram por uma vida mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras. Aos 20 anos, Denise torna-se companheira de um guerrilheiro, Eduardo Leite, morto no governo militar brasileiro. Ao fugir para o Chile, reencontra seus pais, também exilados. Lá, ao lado da filha Eduarda, Denise e a mãe vivem a repressão de Pinochet e se separam novamente, para viver na Europa.As câmaras registraram em Roma e em Joure, no norte da Holanda, os testemunhos de Denise Crispim e de sua filha, Eduarda Ditta Crispim Leite. Apesar de longe do Brasil, suas palavras, que falam de exílio e de memória, levam-nos a um mergulho profundo na história do Brasil, dos anos 70 até a atualidade. Denise já nasce clandestina em 1949. Seus pais, extremamente politizados, lutaram por uma vida mais justa e são por isso perseguidos por sucessivas ditaduras. Aos 20 anos, Denise torna-se companheira de um guerrilheiro, Eduardo Leite, morto no governo militar brasileiro. Ao fugir para o Chile, reencontra seus pais, também exilados. Lá, ao lado da filha Eduarda, Denise e a mãe vivem a repressão de Pinochet e se separam novamente, para viver na Europa.

Advogados contra ditadura
Advogados contra ditadura

“Advogados contra a ditadura” (2013, 130 min)
Direção: Silvio Tendler
Sinopse: Com a instauração da ditadura militar através de um golpe das Forças Armadas do Brasil, no período entre 1964 e 1985, o papel dos advogados na defesa dos direitos e garantias dos cidadãos foi fundamental no confronto com a repressão, ameaças e todo tipo de restrições. Advogados contra a ditadura propõe uma profunda reflexão sobra a época em questão, relembrando, através de depoimentos e registros de arquivos, a relevante e ativa participação dos advogados contra as imposições do autoritarismo e na luta pela liberdade.

 

 

Militares da democracia
Militares da democracia

“Militares da Democracia” (2013, 100 min)
Direção: Sílvio Tendler
Sinopse: Eles lutaram pela Constituição, pela legalidade e contra o golpe de 1964, mas a sociedade brasileira pouco ou nada sabe a respeito dos oficiais que, até hoje, ainda buscam justiça e reconhecimento na história do país. Militares da Democracia resgata, através de depoimentos e registros de arquivos, as memórias repudiadas, sufocadas e despercebidas dos combatentes perseguidos, cassados, torturados e mortos, por defenderem a ordem constitucional e uma sociedade livre e democrática.

 

 

Duas histórias
Duas histórias

“Duas Histórias” (2012; 52 min)
Direção: Ângela Zoé
Sinopse: Tendo como linha condutora a trajetória de dois militantes socialistas na luta contra a ditadura militar brasileira. O filme narra duas experiências diferentes, pois diferentes eram a as concepções políticas que orientavam a resistência à ditadura. Mas são iguais na coragem, na dor, na sobrevivência e superação. Uma mulher e seu filho. Um homem. Diversas estradas, chegadas, partidas, fugas, fatos e encontros inesperados. Brasil, Argentina, Chile, outros exílios e finalmente a vitória e a alegria do retorno ao Brasil. Para recomeçar.

 

 

Damas da liberdade
Damas da liberdade

“Damas da Liberdade” (2012; 28 min)
Direção: Célia Gurgel e Joe Pimentel
Sinopse: Através de narrativas de mulheres do Movimento Feminino pela Anistia e do Comitê Brasileiro pela Anistia é contada a história da luta pela anistia no Brasil nos anos de 1970, reacendendo o debate sobre um período de repressão e medo que o país jamais deverá esquecer.

 

 

 

Vou contar para meus filhos
Vou contar para meus filhos

“Vou contar para os meus filhos” (2011; 24min)
Direção: Tuca Siqueira
Sinopse: Entre 1969 e 1979, 24 jovens mulheres estiveram presas na Colônia Penal Feminina do Bom Pastor, em Recife (PE) porque lutavam por igualdade social e pela democracia em uma época em que o Brasil enfrentava uma ditadura militar. Passados 40 anos, o reencontro delas, que hoje moram em diferentes estados do país, traz de volta não apenas os laços de solidariedade que surgiram no presídio, mas também a lembrança de um Brasil que tentou calar vozes e violentar sonhos. Este é um filme-memória indispensável para quem acredita na força de um ideal e da consciência política de um povo. Para quem não duvida que o tempo e a distância são incapazes de abalar amizades verdadeiras. Uma história para jovens e adultos que deve se manter viva por gerações.

O fim do esquecimento
O fim do esquecimento

“O fim do esquecimento” (2012; 45 min)
Direção: Renato Tapajós
Sinopse: O filme procura personagens que participaram do Tribunal Tiradentes e outros que se destacaram na luta pelos Direitos Humanos, para retomar a questão da Doutrina de Segurança Nacional, depois de três décadas. Investiga os resquícios daquela doutrina nos dias de hoje, aborda a tentativa das classes dominantes de, depois que os militares saíram do poder, promover o esquecimento dos graves fatos ocorridos durante a ditadura e constata que, finalmente, o esquecimento está sendo combatido por diversas instituições e pessoas, sobretudo pelos jovens.

 

 

30 anos de anistia
30 anos de anistia

“Anistia 30 anos” (2009; 17 min)
Direção: Luiz Fernando Lobo
Sinopse: O filme retrata a história da Ditadura Militar no Brasil, a luta do povo brasileiro pela liberdade, pela Anistia. Durante um período sombrio da história do Brasil, ouve-se um grito de esperança e justiça, o povo reivindicou seus direitos e conseguiu. Foram criadas a Lei da Anistia e a Comissão de Anistia, posteriormente.

 

 

 

A mesa vermelha
A mesa vermelha

“A Mesa Vermelha” (2012; 78 min)
Direção: Tuca Siqueira
Sinopse: Uma mesa vermelha é a palavra de 23 ex-presos políticos. No documentário, senhores jovens subversivos comentam sobre a convivência nos presídios masculinos pernambucanos durante o período militar. Da chegada ao cárcere, do afeto, da greve de fome, do papel dos coletivos dentro da cadeia. O sentimento de pertencimento é o que move este filme. Aos personagens, o pertencimento a uma geração e a história de um tempo sombrio narrada a partir de depoimentos, recordações e denúncias de ex-presos políticos que pelos porões de torturas do DOI-CODI e DOPS do Recife, além de longa temporada carcerária entre a ex-Casa de Detenção do Recife (hoje Casa da Cultura) e a ainda atual Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá – PE.

 

Eu me lembro
Eu me lembro

“Eu me lembro” (2012; 96 min)
Direção: Luiz Fernando Lobo
Sinopse: “Eu me Lembro” é um documentário sobre os
cinco anos das Caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos
perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça, com
imagens de arquivo e de entrevistas em 94 minutos.

 

 

 

Ainda hoje existem perseguidos políticos
Ainda hoje existem perseguidos políticos

“Ainda hoje existem perseguidos políticos” (2012, 54 min)
Direção: Coletivo Catarse
Sinopse: O documentário tem por objetivo fomentar o debate sobre a ausência de uma efetiva transição democrática no Brasil, pós Ditadura Civil-Militar implantada no País a partir de 1964. Identifica semelhanças no agir do Estado no passado e atualmente, demonstrando que a cultura do autoritarismo permanece arraigada em algumas instituições do Estado brasileiro. Apresenta também imagens do projeto que levou este debate para os mais variados públicos (quilombolas, universitário, LGBTT, assentados do MST, comunidades periféricas etc.) desenvolvido pela Acesso – Cidadania e Direitos Humanos em parceria com a Comissão de Anistia.

 

 

Se um de nós se cala
Se um de nós se cala

Se um de nós se cala (2013, 37min)
Direção: Célia Maria Alves e Vera Côrtes
Insere Goiás no contexto do golpe militar de 1964. A partir de relatos de anistiados que à época eram jovens estudantes e militares políticos, o documentário resgata e vela os motivos pelos quais Goiás foi o único estado brasileiro que sofreu intervenção militar e como a ditadura foi cruel com os brasileiros e goianos que ousaram não se calar.