MARCHA DOS AGRICULTORES DESAPROPRIADOS POR ITAIPU

No dia 7 de abril de 1981, cerca de 6 mil agricultores, cujas propriedades estavam sendo desapropriadas para a formação do Lago de Itaipu, marcharam pelas ruas de Foz do Iguaçu. As reivindicações eram, terra por terra, reforma agrária e preço justo pela propriedades desapropriadas.
Era oito horas da manhã, quando homens mulheres e crianças participaram de um Culto Ecumênico em frente à Igreja Matriz São João Batista, para em seguida, e acompanhados por autoridades religiosas, membros da Comissão Pastoral da Terra e Comissão de Justiça e Paz, percorrerem a Avenida Brasil e Rua Almirante Barroso.
Vinte dias antes, os desapropriados haviam saído de Itacorá (hoje, cidade submersa pelo Lago) às 09 horas da manhã, chegando em Foz do Iguaçu por volta das onze horas do mesmo dia.
Os agricultores foram acompanhados por um pelotão de batedores da Polícia Rodoviária Estadual e um contingente da Polícia Militar. Eles vieram com uma frota de 200 veículos, com equipamentos e mantimentos para permanecerem por dias e semanas, se necessário fosse. Ao chegar no segundo trevo, que dá acesso à área de Itaipu, a marcha foi interrompida pelas forças policiais da PM e da própria Itaipu,fortemente armados com fuzis, baionetas, pistolas, metralhadoras e armas químicas.
Diante do forte aparato repressivo, os desapropriados acamparam no antigo trevo de acesso à Vila A, que ficava na BR277 com Avenida Paraná.
Durante 54 dias os agricultores permanecerem no que foi chamado de Trevo da Vergonha. Durante esse período de permanência num local de grande visibilidade, a causa dos agricultores desapropriados virou manchete nacional.justica-e-terra